domingo, 13 de dezembro de 2009

Manifesto Punk por Greg Graffin

Nota: A Tradução foi retirada da Internet, logo, algumas coisas foram traduzidas ao pé da letra... mas da pra entender.

Manifesto punk

Esse texto é grande e um pouco antigo mas, muito bom pra ser lido, por qualquer pessoa. Quem escreveu foi o vocalista do Bad Religion, Greg Graffin, que é formado em Geologia e tem doutorado em Biologia Evolutiva.


UM MANIFESTO PUNK
Por Greg Graffin
Bad Times, 12/98

Eu nunca fui dono de uma gravadora, muito menos dirigi uma bem-sucedida empresa de merchandise, então não pretendo ser um expert em marketing. Eu me evoluí através de minha capacidade de ser um compositor, mas alguns a rotularam, a fizeram arma de marketing e a transformaram em algo pronto para o consumo.

Embora eu tenha conseguido algum dinheiro com o Punk, ainda é uma quantia modesta quando alguém considera a recompensa que tem sido presenteada nas empresas que promovem o Punk como uma espécie de produto a ser ingerido. Esta tem sempre sido minha maneira de desvalorizar os tratados de moda, sem brilho e impulsivos que as pessoas associam com o Punk, porque o Punk é muito mais do que isto, tão mais que todos estes elementos se tornam triviais na luz da experiência humana que todos os punkers dividem entre si.

Desde que isto tem feito parte de mim por pouco mais da metade de minha vida, acho que chegou a hora de tentar dar uma definição, e no processo de defender, este fenômeno social conhecido como Punk. É impressionante que algo com profundezas tão emocionais e trans-culturais tenha sido levado sem uma definição por tanto tempo, uma vez que suas raízes encontram-se bem mais no fundo e vão ainda mais longe na história do que antes imaginado.

Mesmo nas últimas duas décadas, é muito difícil achar qualquer análise do efeito influente que o Punk Rock teve na música Pop e na cultura jovem. E ainda mais raros são ensaios detalhando as decorrências emocionais e intelectuais que dirigem as afirmações além da moda e que muitas pessoas atribuem ao Punk.

Estas são algumas das razões que me fizeram escrever este ensaio. Se minha tentativa ofende os puritanos, entra em colapso com a habilidade de uma sociedade fechada manter-se secreta, promove confiança no questionamento cético, provoca pensamentos profundos, e decodifica a ironia, então consegui fazer meu trabalho e todos aqueles que se sentirem tocados, talvez reconheçam a trivialidade de suas posições. Uma vez que não tenho nada para promover a não ser minhas observações sobre uma sub-cultura que cresceu a globais proporções, e através da enorme vivência que tive e tenho nesta sub-cultura, encontrei linhas de pensamento em comum em todos os lugares.

Processos de "pensamento em comum" são o que determina a ideologia e faz que com as pessoas se unam em uma mesma comunidade. Existe um desejo entre os Punks de viverem em uma comunidade, mas existe a necessidade de haver alguma forma impressa nas fundações da ideologia Punk, e de onde ela vem. O atual estereotipo Punk é escrachado pelo marketing de massa e uma ênfase infeliz onde o estilo está colocado acima da substância.

Mas estas doenças não destroem o sentimento Punk, elas meramente confundem a educação das novas gerações de pessoas que sabem que são punks, mas que não sabem o que isto significa. Existe uma longa estrada para se saber qual seu significado. E este ensaio é apenas parte do processo.

PUNKS NÃO SÃO BESTAS

O Punk é uma reflexão do que significa ser humano. O que separa nós de outros animais? Nossa habilidade de nos reconhecermos e de expressarmos nossa autenticidade genética. Ironicamente, a visão comumente adotada, entre os marqueteiros e motores de publicidade, apenas destaca a natureza "animalista" e "primitiva" dos punks e sua música.

Eles assumem que a violência é um ingrediente chave na música punk, e este tipo de afirmação é facilmente perpetuada pois, é muito fácil vender violência e as notícias sobre violência sempre ganham espaço nas colunas. Este foco na violência deixa de lado um elemento chave do que o Punk realmente é:

PUNK É: A expressão pessoal de autenticidade (originalidade) que vem das experiências de crescimento ligadas á habilidade humana de racionalizar e questionar.

A violência não é comum e nem autêntica quando relacionada ao punk. Quando ela se manifesta é devido á coisas que não são relacionadas ao ideal Punk. Considere o exemplo de uma história comum de uma briga no colégio entre um punk e um jogador de futebol americano. O jogador de futebol e sua corja não aceitam ou vêem valor no punk como uma pessoal real. Pelo contrário, eles o usam como um receptáculo, uma vitrine, fazendo piadas diariamente, provocando e o fazendo sentir-se envergonhado, o que é claro, não passa de um reflexo de todas as suas próprias inseguranças.

Um dia, o punk se enche e espanca o capitão do time de futebol no corredor. Os professores claro, expulsam o punk e ainda citam seu corte de cabelo pobre e roupas degradantes como evidências de que ele é um imprestável violento e sem controle. O jornal comunitário lança a manchete: "Espancamento no corredor re-afirma que a violência é o modo de vida entre os Punk Rockers".

Raiva espontânea por não ser aceito como uma pessoa real não é unicamente apenas relacionada a Punks. Esta reação se vem de ser humano, e qualquer pessoa reagiria com raiva não importando a sua afiliação sub-cultural ou social se sentiram-se desvalorizados ou inúteis. Infelizmente, existem diversos exemplos de violência entre punks. E existem também outros vários exemplos de pessoas mal-direcionadas que se julgam punks. Mas raiva e violência não são tratos do punk, na verdade, eles não tem nem lugar no ideal punk. Raiva e violência não é a cola que faz a comunidade punk ficar unida.

NA AUTENTICIDADE ESTÁ A PRESERVAÇÃO DA RAÇA HUMANA

A natureza nos presenteou com a espinha dorsal genética do que realmente se trata o punk. Existem aproximadamente 80.000 genes no genoma humano, e existem cerca de 6 bilhões de pessoas carregando este complemento genético. As chances de duas pessoas possuírem o mesmo genoma são tão pequenas que chega a ser quase além da compreensão (as probabilidades são essencialmente ? 80.000 vezes o número de possíveis pessoas que você pode conhecer durante toda sua vida! Uma impossibilidade bem prática).

Os genes que carregamos tem o maior papel em determinar nosso comportamento e em como encaramos nossa vida. E é por isto que temos o presente da autenticidade, pois ninguém mais tem o mesmo conjunto de genes controlando nossa visão de mundo. É claro que fatores culturais também fazem um grande papel, e estes podem ter um efeito mais homogêneo no comportamento e visão de mundo.

Por exemplo, uma cidade industrial inteira deve possuir cerca de 15.000 residentes, que são criados com os mesmos ideais, trabalham nas mesmas fábricas, vão ás mesmas escolas, compram nas mesmas lojas e gostam dos mesmos times nos esportes. Assim que suas crianças vão se desenvolvendo, existe uma constante interação de forças opostas entre o social demonstrando suas culturas interiores e sua expressão genética de autenticidade.

Aqueles que perdem contato com sua natureza se tornam robôs da sociedade, enquanto aqueles que anunciam seu desenvolvimento social como algo do mal, se tornam animais que vagam sem lugar algum no mundo. O Punk significa andar na linha entre os dois extremos com precisão de mestre. Punks querem expressar sua natureza única, enquanto ao mesmo tempo querem abraçar os aspectos comunais de seu crescimento idêntico ao outro.

A conexão social que eles têm é baseada no desejo de entender a autêntica e única visão de mundo de cada pessoa. As “cenas” Punk são locais sociais onde estas visões são aceitas, ás vezes adotadas, ás vezes descartadas, mas sempre toleradas e respeitadas.

PUNK É: Um movimento que serve para refutar atitudes sociais que tem sido perpetuadas pela ignorância voluntariosa da natureza humana.

Pelo fato de depender da tolerância e fugir da negação, o Punk é aberto para todos os humanos. Existe um paralelo elegante entre a dependência do Punk nas visões autênticas e comportamentos e nossa própria predisposição genética em direção á originalidade.

A BATALHA DO MEDO E RACIONALIDADE

A compulsão para conformar é um poderoso efeito-colateral da vida civilizada. Nós todos somos educados a respeitar a opinião dos mais velhos, e mais tarde quando percebemos que não passam de opiniões dogmáticas, somos ensinados a não promover comoções perguntando questões difíceis de serem respondidas. Muitos concordam com a noções que se sobressaem e nunca expressam suas próprias opiniões, o que é análogo á uma morte prematura do indivíduo.

Nossa espécie é única na habilidade de reconhecer e de expressar o seu eu, e o não exercício desta função biológica vai contra ao gradiente da seleção natural que foi criado em primeiro lugar. Esta complacência combate o medo da falha.

É fácil assumir que, se todos estão fazendo alguma coisa, então não existe nenhuma possibilidade de falhar se apenas seguir com o que fazem. Mamíferos e grupos de “gansos” (que aqui podem também ser encarados como pessoas) podem provavelmente reconhecer esta vantagem. Mas a completa raça humana poderia falhar devido a este tipo de mentalidade.

Pensar e agir em direção contrária a opinião popular do momento é crítico ao avanço humano, e uma potencial manifestação do Punk. Se um problema ou um fenômeno é considerado verdade só porque outras pessoas dizem que é, então é um trabalho do Punk tentar encontrar uma solução melhor, ou pelo menos achar uma variável diferente e independente que confirme a visão adotada (ás vezes a visão popular é apenas uma reflexão da natureza humana e os Punks não vivem em negação á isto).

A habilidade de ir contra o senso comum foi uma das maiores coisas relacionadas aos avanços do pensamento humano ao longo da história. O período do Iluminismo como um todo foi caracterizado por idéias que fugiam ao dogma do tempo, apenas para revelar verdades na natureza e existência humana que todas as pessoas podem observar, e que estão conosco até os dias de hoje.

Galileu lutou contra a Igreja, a Igreja venceu a batalha, colocando-o na cadeia pelo resto de sua vida, mas no final perdeu a guerra; poucas pessoas hoje em dia creditam que o sol gira em torno da Terra, e portanto Deus não criou a Terra como centro do Universo. Francis Bacon insistiu que o destino humano é igual á compreensão. Se negarmos este princípio fundamental do que significa ser humano, ele racionaliza, então descendemos ás profundezas da mera barbárie.

Charles Darwin, escreveu após os dias de glória do Iluminismo, ele foi diretamente influenciado pela tradição do mesmo, foi treinado para ser um teólogo e ainda foi direcionado a entender a ordem implícita que conectava espécies biológicas que ele observava em suas viagens. Suas visões fizeram questionar muitas dos princípios da Bíblia, no entanto seu argumento era coeso, e através de um processo de auto-melhora (a batalha em sua própria mente para compreender) ele melhorou a raça humana estabelecendo um novo modelo sabedoria humana a ser seguido.

O dogma da Igreja muito tempo depois foi marginalizado. O medo da repercussão vinda da Igreja foi coberto pela onda de compreensão que suas visões criaram nas pessoas e pela verdade em suas observações.

O processo de pensamento do Punk dos dias modernos, liderado pelo desejo de compreender, é uma cópia-carbono da tradição do Iluminismo. O fato de que muitos exemplos históricos existem e que revelam uma vontade de destruir dogmas nos leva á um princípio poderoso: É um tratado natural, humanos civilizados serem originais. O fato da autenticidade ser tão rara revela que nossa natureza é sufocada por uma força igualmente potente: medo.

PUNK É: um processo de questionamento e de comprometimento a entender que resulta em seu próprio progresso, que, através da repetição, se transforma em revolução social.

Se pessoas suficientes se sentem livres, e são encorajadas a usar suas habilidades de observação e racionalização, verdades grandiosas irão emergir. Estas verdades são reconhecidas e aceitas não porque foram forçadas por alguma entidade totalitária, mas porque todas as pessoas tem uma experiência similar quando as observando.

O fato de que Punks podem relacionar-se uns com os outros em problemas de preconceito vem de uma experiência trocada entre os mesmos de serem tratados pobremente por pessoas que não os queriam por perto. Cada um tem a sua experiência própria de ser excluído, e cada uma pode relacionar-se com a história de alienação do próximo sem qualquer tipo de aderência á um código de comportamento.

A verdade do preconceito é derivada da experiência que todos compartilham, não por uma fórmula escrita ou constituição pela qual devem se guiar. Punks aprendem com esta experiência de que o preconceito é errado, é um princípio pelo qual vivem; não aprenderam isto em um livreto. Sem se forçarem a entender e provocar as crenças seguidas, a verdade se mantém escondidas atrás de uma ideologia comum, inativa e prescritiva.

O QUE É "VERDADE"?

Filósofos distinguem entre a verdade com "V" maiúsculo e a verdade com "v" minúsculo. Os Punks negam a primeira Verdade.

Verdade com o "V" maiúsculo, assume que existe uma ordem prescrita por um ser transcendental. O que significa dizer que a Verdade vem ultimamente de Deus, que tinha um plano para tudo quando ele criou o universo.

A verdade com "v" minúsculo, é aquela que descobrimos por nós mesmos, e na qual todos nós podemos concordar devido á experiências similares do mundo em que vivemos. Também é conhecida como a verdade objetiva, que vem de dentro de nós, revelada aqui nesta Terra; Assim oposta á Verdade com "V" maiúsculo, que vem de fora e é projetada até nós, especificamente para que a sigamos.

A moralidade não precisa que seja pensada como um produto apenas da Verdade com "V" maiúsculo. A verdade objetiva se empresta já pronta para uma cultura moralista e espiritual.

PUNK É: A crença que este mundo é o que fazemos dele, a verdade vem do modo como entendemos as coisas como elas realmente são e não da cega aderência a prescrições de como as coisas deveriam ser.

A dependência do Punk na verdade objetiva vem das experiências trocadas quando vamos contra o senso comum. Qualquer pessoa que ficou fora de um círculo ou de uma turma sente a verdade desta experiência. Ninguém teve de escrever uma doutrina de modo que fizesse um excluído entender o que significava ser diferente. A verdade era clara o bastante, e aquela verdade poderia ser entendida e concordada por todos aqueles que dividiam das mesmas experiências.


O QUE É "MEDO"?

Os medos que guiam as pessoas a se conformarem têm causado períodos terríveis na história humana. A então chamada “Época Negra”, foi tranqüila e sem surpresas negativas, mas também desanimadoramente quieta e pestilenta, indiferente a uma visão contrária para ser encontrada. O pseudo-conformismo e tranqüilidade que as pessoas da “Época Negra” vivenciaram, á medida que se conformavam com uma rígida burocracia forçada pelo Rei e pela Igreja, era mascarada por completo pelo sofrimento que estas pessoas tinham que suportar no seu dia-a-dia.

A vida é fácil como a de um camponês, sem direção, sem propósito, apenas produzir mais bens e proles para o benefício do rei. Mas usar o medo para controlar camponeses (ou os “trabalhadores-do-colarinho-azul – classe média – dos dias de hoje) é apenas um exercício de tentativa e erro, pois os camponeses têm o mesmo equipamento mental que a realeza.

Os tratos biológicos profundamente acoplados de auto-reconhecimento e o desejo de expressar a si mesmo, não pode ser segurado por muito tempo. Eventualmente, os camponeses percebem que a vida sem a prática da razão é tão bom quanto ser um animal de uma fazenda. Ser controlado pelo medo é o mesmo do que ser biologicamente inerte, sem ter condições de tomar partido no drama humano, meramente se decompondo.

O medo que controla o comportamento humano é aprendido. É diferente da resposta imediata, reflexiva, “fuja-dos-estímulos-horríveis” que outras criaturas perpetuam para continuarem vivas. Temos reflexos motores como os antes citados também, mas o medo da falha e medo de se expressar, de dar sua opinião vêm do sistema límbico.

O sistema límbico é uma rede de neurônios em nosso cérebro que controla nossas emoções mais escondidas. Ele conecta duas partes do cérebro em uma só: o “midbrain” (Cérebro do meio), onde é enviada a informação sensorial (ex: estímulos de visão e audição) e o “forebrain” (Cérebro da frente), onde esta informação é processada. Embora o Cérebro da Frente tenha estado por aí por pelo menos 480 milhões de anos (estava presente nos primeiros vertebrados encontrados), ele desenvolveu funções especiais com o advento da raça humana.

Uma porção especializada do “forebrain”, chamada “córtex cerebral”, é altamente desenvolvida em humanos. 95% de nosso córtex cerebral é responsável por nossas atividades mentais de associação, como contemplação e planejamento. Os outros 5% são responsáveis pelo processamento de informações motoras e sensoriais.

Em comparação, um rato (também considerado um alto-vertebrado), tem um córtex cerebral com apenas 5% de seus neurônios centrados em funções associativas, enquanto os outros 95% são utilizados em funções motoras e sensoriais.

O sistema límbico altamente desenvolvido está no núcleo do que significa ser humano. Nós nos diferenciamos de outros animais na quantidade de tempo que gastamos planejando, contemplando e nos expressando. Nosso sistema límbico é muito poderoso. Ele pode atropelar emoções primitivas e suprimir profundos desejos.

Qualquer pessoa que tenha visto um filme triste com seus amigos, e voluntariamente segurou as lágrimas, pois não queriam que seus amigos o vissem chorando, usou o poder do sistema límbico. Eles contemplaram as repercussões da reação de seus amigos ao choro, e cortaram a cascata emocional que o levaria ás lagrimas.

Da mesma maneira que a racionalidade é o produto do sistema límbico, o medo também é centrado nos mesmos neurônios do sistema límbico. O Medo é geralmente um comportamento racional, baseado em pensamentos irracionais e ele pode congelar o poderoso processo do córtex cerebral. Negação e medo andam de mãos dadas, e ambas são exemplos de como nosso sistema límbico pode suprimir estímulos óbvios e promover um comportamento seguro e conformista.

O sistema límbico é como qualquer outro órgão no sentido de que pode operar normalmente para produzir resultados de detrimentos. Estar em contato com nosso corpo nos leva a melhorar a saúde, e o sistema límbico necessita de constante atenção a fim de dominar isto. Para vencer o medo, uma pessoa precisa estar em contato com seu sistema límbico e reconhecer quando isto está suprimindo o óbvio.

Etiqueta e "ser gentil" são formas de repressão do sistema límbico, às vezes necessária, mas no final tira todo o significado da originalidade humana. Mentir é a maior forma de repressão do sistema límbico. É a negação do óbvio. Contadores da verdade, aqueles que são autênticos e confiáveis, aprenderam a controlar seu sistema límbico. Eles reconhecem o desejo de mentir, mas reconhecem a futilidade de advogar algo que não é verdadeiro.

Mentirosos, do outro lado, são escravos de seu sistema límbico, fora de contato com suas necessidades mentais mais básicas. Seu comportamento é resguardado muda de direção constantemente, pois eles deixam seu raciocínio falho cobrir o óbvio e controlar sua máscara total. Eles eventualmente têm de admitir a verdade e se rebaixar á derrota, mas apenas após que todas as possíveis avenidas de decepções e lógica-alterada tenha sido preenchidas a fim de esconder o seu medo.

Políticos, Clérigos, Líderes de negócios, e Juízes são mestres em lógica-alterada e promoção do medo. Eles formam bons alvos intelectuais para Punkers, pois eles não respeitam pessoas que aprenderam a controlar seu sistemas límbicos. E os Punkers não tem medo de apontar o que é óbvio, mesmo que isso signifique que seu status social seja colocado em risco.

PUNK É: A batalha constante contra o medo de repercussões sociais.

O MOVIMENTO PUNK


Eu tentei enumerar alguns dos fatores que tornam o Punk, um movimento, no senso cultural. O estereotipo típico de um vagabundo sem cabeça, que vandaliza, destrói, rouba, luta ou discute em nome de alguma causa vazia e sem-vida, não é tão punk quanto a imagem “cara bonitinha e cabeça vazia” dos pop stars de hoje em dia.

Porque é muito fácil que gravadoras hoje em dia vendam imagens de violência, sexo e auto-importância, muitas bandas têm se arriscado e se auto-denominado Punks, sem perceber que, na verdade, estavam perpetuando um estereotipo de conformidade que é completamente NÃO punk.

A atitude "junte-se á nós" que busca atrais seguidores, geralmente se resume em uma gama de pessoas fracas que pensam que seu poder está no enorme número de clones que pensam da mesma forma e que conseguiram compilar. Não existe força alguma em número, entretanto, se as pessoas estiverem ligadas por um mantra com visão certeira, auto-suficiente, sem-medo que promova facções e princípios excludentes.

Fortes ideologias não requerem uma multidão, elas persistem durante o tempo, e nunca somem, pois elas estão ligadas intimamente á biologia. Elas fazem parte do que significa existirmos como Homo sapiens. O Punk apenas exemplifica essa tradição.

É um movimento de proporções épicas, que transcende o imediatismo do “aqui e agora”, porque é, foi e sempre será “ali e para sempre”, enquanto humanos andarem na Terra.

Ao passo que entramos na era da voraz marcha da cultura, os Punks virão o seu dia chegar. A internet tem permitido as pessoas se comunicarem diretamente mais uma vez. Na web, o comportamento humano é interativo, assim como era antes do advento da mídia de massa.

As pessoas agora focam em discussões ideológicas e questões de estilos de vida, ao contrário do comportamento clássico do século 20 de se fechar para as outras pessoas, e aderir-se á um código prescritivo de comportamento aceitável de uma rede ou comércio. As mentiras, e mistérios do elitismo irão sumir rápido ao passo que a conversa global que transpira diariamente na web invade cada vez mais a vida das pessoas.

A população mundial será mais receptiva para ideologias alternativas, pois ela as estará criando. As pessoas serão menos receptivas para ideologias de instituições velhas ou “fora-de-moda”, pois os buracos e falhas em suas ideologias nunca mais serão ampliados, uma vez que são transmitidos instantaneamente ao redor do mundo uma vez que se tornam revelados.

As éticas "Força-Na-Compreensão", e "Conhecimento-É-Poder" que os Punks mantém irão se tornar a norma. A rigidez, crueza e a futilidade de rotinas secretas ficarão óbvias, abrindo o caminho para uma apreciação da autenticidade humana e uma nova era de originalidade.

Quem é punk?

Todas as pessoas têm um potencial para serem punks. É muito mais difícil para uma pessoa que tem uma infância plácida, sem desafios e ignorante, porque não vêem o valor em questionar ou provocar as instituições que sempre o deram tanta tranqüilidade. Mas tais exemplos de existência "sem cuidados" são raros no mundo encolhido de hoje em dia.

Questões eternas ainda queimam na mente da maioria das pessoas. O que significa ser "humano" está ficando cada vez mais claro a cada década. Ás vezes, pessoas são treinadas a seguirem o caminho seguro para uma sepultura rápida por consumirem e repetirem o dogma de uma aristocracia amedrontadora.

Por outro lado, o espírito humano é difícil de ser morto. O Punk é um microcosmo do espírito humano. Os Punks alcançam o sucesso com suas mentes e não com força bruta. Estão além da sociedade por sua diversidade e não sua conformidade. Além disso, encorajam outros através da inclusão, não dominação.

Eles estão na linha de frente da auto-melhora pessoal e por extrapolação, podem melhorar a complexidade da raça humana. Eles aderem a princípios universais de emoções humanas não escritos, óbvios para qualquer um, e negam códigos elitistas de comportamento, ou rotinas secretas. Eles abraçam a esperança pelo futuro e revelam as falhas do passado. Não os diga o que fazer, eles já o estão guiando.

PUNK É: A expressão pessoal de autenticidade (originalidade) que vem das experiências de crescimento ligadas á habilidade humana de racionalizar e questionar.

PUNK É: Um movimento que serve para refutar atitudes sociais que tem sido perpetuadas pela ignorância voluntariosa da natureza humana.

PUNK É: um processo de questionamento de comprometimento a entender que resulta em seu próprio progresso, que, através da repetição, se transforma em revolução social.

PUNK É: A crença que este mundo é o que fazemos dele, a verdade vem do modo como entendemos as coisas como elas realmente são e não da cega aderência a prescrições de como as coisas deveriam ser.

PUNK É: A batalha constante contra o medo de repercussões sociais.